Se pararmos para relembrar momentos de paz e tranquilidade em nossas vidas, certamente em algum deles estará presente alguma forma de contato com a natureza, seja uma árvore, uma praça, a areia da praia, o cheiro do mar, o frescor da montanha, o contato com animais, uma brincadeira num quintal, entre tantas outras possibilidades.
Estes ambientes com presença de natureza, mesmo que com áreas construídas com concreto, prédios, casas e outras edificações, permitem para nós, humanos, momentos de convivência e aprendizado. A conexão provocada faz com que esqueçamos, ainda que por alguns minutos, classe social, preconceitos e dificuldades pessoais para assim podemos admirar flores, árvores, plantas, frutas, hortaliças, temperos, rios, lagos, fontes, enfim, algo na natureza que nos remeta a boas sensações.
Permite que vejamos, por exemplo, que as árvores cedem sua sombra, seus frutos para todos, sem escolher quem vai descansar sob suas folhas, quem vai se abrigar em sua copa do sol e da chuva.
Chuva e sol, a lua e as estrelas, aliás, são potências naturais que convivemos diariamente e que por muitas vezes esquecemos de observar, admirar, reconhecer e sentir o que podem nos trazer de lembrança.
As nossas memórias, muitas vezes, além de incluir pessoas, locais, espaços e momentos, podem incluir plantas, sabores, odores, sensações proporcionadas pela natureza e pelo contato com ela.
Muitos de nós já nascemos na era digital e passamos a maior parte do tempo em ambientes urbanos, estimulados a interagir e se informar usando telas, seja de TVs, computadores ou celulares e convivendo menos socialmente em ambientes com maior contato com a natureza.
Normalmente, ambientes que estimulam a socialização, como escolas, praças, igrejas, bibliotecas, parques e condomínios sempre têm espaços destinados a árvores, plantas, lagos e brinquedos que permitam a presença de várias pessoas no mesmo espaço, buscando estimular a convivência.
Quando não conseguimos ter contato com outras pessoas e ambientes naturais podemos desenvolver o que alguns especialistas têm chamado de Transtorno do Déficit de Natureza (TDN), que não é um termo amplamente reconhecido na literatura científica psicológica ou psiquiátrica tradicional. Mas, com o crescente debate sobre os impactos do afastamento da natureza na saúde mental e física, há um grupo de pesquisadores que explora conceitos relacionados a isso que começa a ganhar cada vez mais sentido e vem sendo mais estudado.
Sabemos que crianças em contato com a natureza se desenvolvem melhor, são mais criativas e observadoras e levam estas características para sua vida. Mas nem todos tiveram esta oportunidade e podem ter se tornado adultos com muitas dificuldades de relacionamento, interação, socialização e menos criativos.
A ideia principal desse conceito é que a falta de contato regular com a natureza pode contribuir para a ocorrência de problemas emocionais, cognitivos e de saúde mental.
A boa notícia é que o contato com a natureza pode acontecer a todo tempo, independentemente da idade, condição social ou psicológica e trazer inúmeros benefícios para a saúde e o bem-estar.
Fica aqui o convite para que você possa ter contato com a natureza e usufruir dos benefícios deste contato!
Adriana Rizzo
Engenheira Agrônoma, Doutora em Produção Vegetal, Especialista em Agricultura Urbana
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