Memória Vegetal

 Vamos puxar pela nossa memória, qual foi a primeira vez que você teve contato com alguma planta na sua vida?

Muitos vão lembrar da infância, onde avós ou tios tinham algum tipo de plantação, uma horta, uma árvore cheia de frutos, um canteirinhos de chás ou salsinha e cebolinha pra temperar algum tipo de alimento que era colhido fresquinho ali na hora no quintal.

Alguns vão lembrar da escola do clássico teste de colocar um feijão para germinar no algodão com agua em copinhos plásticos.

Este primeiro contato normalmente desperta em nos sentimentos diversos e muita curiosidade. Curiosidade para descobrirmos como as plantas nascem, crescem e se reproduzem, como aparecem os desejados e deliciosos frutos.

É neste momento que desenvolvemos o olhar para a natureza, o observar, o gostar, a vontade de estar perto e o cuidar.

Para muitos de nós, a primeira experiência de cuidar de algo, que não de si próprio, é ter uma planta.


Aprendemos pelos exemplos, que é necessário dar atenção aquela semente para ela germinar e ser uma nova planta. Que é preciso fornecer agua para seu desenvolvimento, que é preciso suprir a planta com luz e nutrientes para que ela possa produzir em sua plenitude.

Seja num quintal, num vaso, numa praça ou espaço público, samambaias, cactos, jiboias, suculentas, hortelã, manjericão, babosa, jabuticaba e muitas outras plantinhas podem nos rodear e despertar em nos estes olhares sensíveis e cuidadosos.

Além deste cuidar, desperta também o desejo de acompanhar o desenvolvimento de uma nova vida, o que pode trazer sentido, proposito e ajudar nós humanos a termos motivos para viver e acompanhar esta produção que nos dá uma sensação de utilidade, de pertencimento e de poder, poder fazer algo produtivo para a humanidade.

São inúmeros os relatos de pessoas que ao trabalhar com a terra, com a produção de plantas, cuidando de seus vasos, sua hortinha, seu jardim, tiveram seus sintomas de depressão e outras doenças emocionais e ou psicológicas diminuídos.

Cuidar de plantas pode também nos ajudar a desenvolver paciência, tolerância e sabedoria, pois cada planta, cada semente tem seu tempo, seu ciclo e por mais que queiramos adiantar o tempo dela só nascerá e produzirá no seu tempo natural, quando tiver o mínimo de condições ideias para que isto aconteça.

Convido você que está lendo este texto para se juntar a nós, os amantes de plantas, e nesta jornada melhorar sua saúde física e emocional, o ambiente que você vive e os relacionamentos que cultiva.

Adriana Rizzo

Engenheira Agrônoma, Doutora em Produção Vegetal, Especialista em Agricultura Urbana

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